Ideias e Ideais

“...Nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não são seus." (Agostinho da Silva, "Cartas a um jovem filósofo")

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Márcia com JP Simões - A pele que há em mim (Quando o dia entardeceu)



Quando o dia entardeceu
E o teu corpo tocou
Num recanto do meu
Uma dança acordou
E o sol apareceu
De gigante ficou
Num instante apagou
O sereno do céu

E a calma a aguardar lugar em mim
O desejo a contar segundo o fim.
Foi num ar que te deu
E o teu canto mudou
E o teu corpo do meu
Uma trança arrancou
O sangue arrefeceu
E o meu pé aterrou
Minha voz sussurrou
O meu sonho morreu

Dá-me o mar, o meu rio, minha calçada.
Dá-me o quarto vazio da minha casa
Vou deixar-te no fio da tua fala.
Sobre a pele que há em mim
Tu não sabes nada.


Quando o amor se acabou
E o meu corpo esqueceu
O caminho onde andou
Nos recantos do teu
E o luar se apagou
E a noite emudeceu
O frio fundo do céu
Foi descendo e ficou.

Mas a mágoa não mora mais em mim
Já passou, desgastei pra lá do fim
E é preciso partir
É o preço do amor
Pra voltar a viver
Já nem sinto o sabor
A suor e pavor do teu colo a ferver
Do teu sangue de flor
Já não quero saber.


Dá-me o mar, o meu rio, a minha estrada.
Dá-me o quarto vazio na madrugada
Vou deixar-te no fio da tua fala.
Na vertigem da voz quando o fim se cala.

Sem comentários: